sexta-feira, 22 de junho de 2012

AQUARELAR




Amarelar, azular, vermelhar.
Velar amarelando.
Velar azulando.
Velar vermelhando.

Velar: véu de cores, véu sobre véu, sobre véu, véu, sobre...
 Sem se deixar ver: ver, interceptando cores novidadeiras, na superfície, na pele.
 Velar, desvelando: rosar, roxear, esverdear. Marrom?
 Amarelar vermelhando, vermelhar amarelando, azular vermelhando, vermelhar azulando, azular amarelando, amarelar azulando.
(Margareth Rotondo, 2012)  





Às verdades da inteligência, falta a marca da necessidade
(Deleuze em Proust e os Signos)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Ode à alegria: Daniel, Schiller, Beethoven e o bordado

Uma diagonal é traçada: Bordar-filosofar.
O que se dá na dobra fazer-pensar?
O tema: A força da alegria
A voz: Daniel Lins
Os interloctores: Deleuze, Clement Rosset, Beethoven e Schiller

Post para ler-ver escutando a Nona.

"Consegui! Consegui! Enfim encontrei a Alegria!" Assim jubiloso, Beethoven acolheu em seus aposentos o seu secretário, um fa tutto chamado Schindler. Imediatamente sentou-se ao piano e dedilhou-lhe a façanha. Encontrara afinal a solução, busca há anos, que lhe permitira musicar os difíceis versos da An die Freude (Ode à Alegria) de Schiller. Depois de 32 anos de hesitações, de idas e vindas, de prostrações, deu então por acabada a Nona Sinfonia. Quando jovem ainda em Bonn, Ludwig van Beethoven comoveu-se com o conteúdo do poema ao lê-lo em 1792, impressionando-se para sempre com a maravilhosa exaltação à fraternidade humana dos versos de Schiller.



Ode à Alegria de Friedrich Von Schiller, tradução do original, tal como se canta na Nona Sinfonia de Ludwig Van Beethoven.
(Barítono)
Oh amigos, mudemos de tom!
Entoemos algo mais prazeroso
E mais alegre!

"A alegria não trabalha com o sujeito. O sujeito, na alegria, são os blocos de afetividade, são coletividades, sujeito-multidão, sujeito-matilha" (Daniel Lins).

(Tenor solo e coro)
Alegremente, como seus sóis corram
Através do esplêndido espaço celeste
Se expressem, irmãos, em seus caminhos,
Alegremente como o herói diante da vitória.
"A alegria não precisa da razão. Sem razão, o que sobra? Sobra tudo, diz Clement Rosset. Sobra a arte. E o que é a arte? A invenção constante da vida. E como que se inventa a vida? Sendo simples. E como se é simples? Saindo da reflexão. E como é que se sai da reflexão? Pensando!" (Daniel Lins)
(Coro)
Abracem-se milhões!
Enviem este beijo para todo o mundo!
Irmãos, além do céu estrelado
Mora um Pai Amado.
Milhões se deprimem diante Dele?
Mundo, você percebe seu Criador?
Procure-o mais acima do céu estrelado!
Sobre as estrelas onde Ele mora.

Pensando?
"Pensamento como máquina desejante e ao mesmo tempo como relação de ética e estética dos afetos. O que nos dá uma responsabilidade imensa diante desse sujeito-matilha" (Daniel Lins).
 "A alegria é uma construção social, uma construção desejante" (Daniel Lins).
"Mergulhar na alegria não é sem consequência" (Daniel Lins).
 "A alegria se transforma em uma ética-estética dos afetos" (Daniel Lins).
 "Para ser alegre, eu tenho de me perder, sem garantias de me encontrar" (Daniel Lins).
"E o encontro é a experiência" (Daniel Lins). 
A íntegra da conversa de Daniel Lins: A alegria como força revolucionária, ética e estética dos afetos.
A resenha do livro de Clement Rosset: Alegria força maior.

Para o livro:


O que se deu na dobra pensar-fazer?