domingo, 9 de junho de 2013

O que pode um grupo?



O que pode um grupo? Iniciar este texto com esta pergunta, mais que força retórica, deseja por pra pensar o impensado. Da indagação espinozista “o que pode um corpo?” ao problema mais particular: o que pode um grupo?
Das vozes do primeiro encontro do curso de extensão Professores em formação: processo ético-estético-político, que se quer grupo de estudos, surgem linhas, emaranhado de possibilidades para pensar formação e, por relação territorial, pensar formação de professores.
Os primeiros movimentos vão ao retorno às significações, às representações, ao amigo, ao primo, ao orientador, ao local já reconhecido, familiar, quase um chá das cinco. Movimentos repetidos que geram apenas o Mesmo: será possível separar pensar de agir? Ainda investir numa dicotomia entre pensamento e ação, claro, agora apostando na ação sobre o pensamento é possível: eterno retorno ao mesmo. Pense, mas pense e agora, pense até criar um outro, num outro possível: pensar é ação.
Porém, ninguém sabe o que pode um corpo, ninguém sabe o que pode um grupo, posso até deduzir o que pode um possível Travessia... O encontro reserva o melhor: produção de diferença!!! É que nem todo artista fala de arte, nem todo professor fala de aluno, nem todos interessados em educação são licenciados! Desconhecido, estranhamentos! As vozes desconhecidas gaguejam possíveis.
Marta Elaine diz o que o indizível produz, o emaranhado de linhas faz com que crie um novo desconhecido, impossível de ser racionalmente explicado. Nada de explicação, no entanto, quanta produção: invenção de ata-texto-dissertação-de-mestrado. Possível de explicar? (E olhe que a orientadora não orientou nesse sentido). Não. De entender? Ah, isso sim.
Falas esquizas que forçam limites entre “eu-outro”, fazendo desaparecer, quase impossível de dizer. Mas é isso! “Então era isso!” Cláudia compartilha sua experiência nos encontros na Casa Viva, onde produção não falta e um “eu” é apenas resto, sempre outro e outro e outro e outro e...
Rafael quase balbucia, gagueja em sua própria língua em plena produção de acontecimento. O desconhecido, o não codificado, o desterritorializado psicólogo-filósofo-pesquisador aposta no atual problema: estou curioso para ver o que vai dar! Pra mim, é tudo novo!
Em alguma Conexão, encontro as palavras de ORLANDI (2011, p. 148-149):

... um abalo no hábito de pensar o professor como agente de um saber que ele domina. Sem dúvida, ele foi iniciado em algum saber, mas o que está em pauta nesse ponto é sua efetiva e atual participação na experiência do seu próprio aprendizado, enquanto busca de algo que o desafia, que ultrapassa sua compreensão imediata das implicações do seu próprio saber, da situação em que ele atua e do campo problemático que o envolve com os outros. Trata-se de um aprendizado, pois essa busca não depende simplesmente de uma boa vontade do professor...
... esse ponto politiza nossa própria inserção em campos problemáticos ao estabelecer que continuamos “escravos enquanto não dispusermos dos próprios problemas, de uma participação no problemas, de um direito aos problemas, de uma gestão dos problemas” (Deleuze, 1988, p. 259).

Do chá das cinco ao convite para o chá de Alice que não quer explicar nada, mas inventa muito: tempo, sabores, espaços... Fica o convite para novos encontros, nova composição de campo problemático para inventar o que pode um grupo.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Trad. Luiz Orlandi e Roberto Machado. São Paulo: Graal, 1988.
ORLANDI, Luiz. Deleuze – entre caos e pensamento. In.: Conexões: Deleuze e imagem e pensamento e... / Antônio Carlos Amorim, Silvio Gallo, Wenceslao Machado de Oliveira Jr. (orgs.) – Petrópolis, RJ: De Petrus; Brasília, DF: CNPq, 2011.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Inscrição para o curso de extensão


PROFESSORES EM FORMAÇÃO: processo ético-estético-político
Click na imagem e faça sua INSCRIÇÃO

RESUMO
O curso de extensão Professores em Formação: processo ético-estético-político, promovido peloTravessia Grupo de Pesquisa /NEC-FACED, se dedicará a problematizar a formação de professores. A metodologia empregada colocará os participantes em um movimento formativo que envolverá simultaneamente o estudo desses processos e a noção de formação. Parte-se de escritos amparados nas obras de Nietzsche, Foucault, Deleuze e Guattari para pensar formação enquanto processo ético-estético-político. São previstos encontros quinzenais, em dois semestres acadêmicos, que seguirão o calendário da UFJF. Sempre às quintas feiras, das 17 às 19 horas. Os encontros acontecerão nas dependências do Núcleo de Educação em Ciência, Matemática e Tecnologia (NEC/FACED/UFJF). São 20 vagas abertas para alunos e alunas das licenciaturas da UFJF e demais instituições de ensino superior; professores e professoras atuantes na educação básica (ensinos fundamental e médio); alunos e alunas de cursos de pós-graduação; pesquisadores e pesquisadoras da área da educação e demais interessados.





quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Em março workshop com Paola Zordan no NEC


Grupo Travessia

convida

Workshop com a Profa. Paola Zordan 
Teia: enredar, pensar, aprender 


Ementa: 

Junto a um processo artístico que se desenvolve a partir de uma entrega à Educação, o pensamento de Nietzsche e Deleuze se enlaça em devires fiandeiros num objeto incerto que se parece com uma grande rede, embora seja intitulado Teia. Essa comporá a oficina que propõe fruição de trabalhos plásticos que se fazem valer de técnicas de tecelagem artesanal por modos não usuais e fora do senso comum. Artistas contemporâneos e o movimento yarm bombing serão mostrados com o intuito de se analisar que tipos de produções a proposta envolve e as variações de concepções implicadas. A intenção implica  criações artísticas que reinventem as possibilidades de agulhas, palavras e linhas numa perspectiva extemporânea da arte. Para tanto se apresentam de conceitos em torno da arte relacional, objetos esculturais moldáveis, instalação, ambiências e intervenções por meio de contextualização de obras diversas e exploração da Teia, obra da proponente exposta no espaço da oficina. O encontro culmina com produção poética textual e têxtil, seja iniciando uma nova obra ou com a  participação na obra em andamento, disposta à criação dos participantes.  


Paola Basso Menna Barreto Gomes Zordan


 Ministrante: 
Paola Zordan é artista fora dos circuitos da Arte, doutora e mestre em Educação, Bacharel em Desenho e Licenciada em Educação Artística pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professora da área de Didática das Artes do Departamento de Ensino e Currículo da UFRGS, onde atua como supervisora de Estágio de Docência do curso de Licenciatura em Artes Visuais, do qual é membro da Comissão de Graduação, coordenando o subprojeto ligado a este curso para o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência(PIBID/CAPES). Na mesma instituição é professora do Programa de Pós-graduação em Educação na linha Filosofia da Diferença junto ao grupo DIF: artistagens, fabulações e variações. 

Carga horária: 10 horas/aula
segunda-feira, dia 18 de março de 2013, das 9h às 12h e das 14h às 16h
terça-feira, dia 19 de março de 2013, das 9h às 12h e das 14h às 16h


Local: Estúdio do NEC na Faculdade de Educação da UFJF.


DESCONTO DE 15% = apenas R$50
 Preço normal: R$60
Faça sua inscrição aqui:


Conheça mais:


Realização:  
Travessia/Nec

Apoio:  
PPGE/Faced - Proplag/UFJF - IAD/UFJF

Mais informações: