"Se ver e falar são formas de exterioridade, pensar se dirige a um lado de fora que não tem forma. Pensar é chegar ao não-estratificado. Ver é pensar, falar é pensar, mas o pensar opera no interstício, na disjunção entre ver e falar." Deleuze em Foucault
(ah, que página? 93, números entre composições já que 3 é 1/3 de 9, 9 é o quadrado de 3 ou o triplo de 3, então geram-se, num entre)
“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender.
Entender é sempre limitado.
Mas não entender pode não ter fronteiras.
Sinto que sou muito mais completa quando não entendo.
Não entender, do modo como falo, é um dom.
Não entender, mas não como um simples de espírito.
O bom é ser inteligente e não entender.
É uma benção estranha,
como ter loucura sem ser doida.
É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice.
Só que de vez em quando vem a inquietação:
quero entender um pouco. Não demais:
mas pelo menos entender
que não entendo”
Clarice Lispector, em “A Descoberta do Mundo” (1967*1973)
"...e mais importante do que o pensamento é 'aquilo que faz pensar'. Sob todas as formas, a inteligência só alcança por si própria, e só nos faz atingir, as verdades abstratas e convencionais, que não tem outro valor além do possível". Em Proust e os Signos, de Deleuze e os outros Gilles, p. 29 - linhas de 7 a 10.
Um pouco mais acima (foto), ele fala que "uma obra de arte vale mais do que uma obra filosófica, porque o que está envolvido no signo é mais profundo que todas as significações explícitas" linhas 3 a 5.
Fico pensando na matemática e no "vida como obra de arte".
Será que os matemáticos educados, como vocês, não estão sempre exercitando uma matemática-obra-de-arte?
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Agora não produziremos mais dissertações, relatórios, teses, artigos, dossiês...
Apenas obras de arte ou em arte, que por seu carácter artístico podem ser denominadas de dissertações, relatórios, teses, artigos, dossiês, obras de arte...
Fica decretado!!!
Pela feitiçaria, pela vagabundagem, pela artistagem!!!!
Fica decretado.... viver
Na alegria do desarranjo arranjado, desentendimento de um não sabido, de um não existente, de um sem nome. Palavras tentam significar. Mas, como? Escorregam sentidos aos olhos. Salivam sentidos aos ouvidos e escapam. Resta um gaguejar desconcertante e incerto Deseja gaguejar sem espaço sem tempo. Palavras desprovidas de vestes. Vomitadas. Expelidas em e com carne.
Sangra o corpo. Rasga língua. Não há como produzir questões para um algo que, em composição, faz corpo com corpo despido de língua Como dizer de um indizível? Talvez e e e e sempre talvez inventar vida. Nada de perguntas. Rasgar todas possíveis respostas. Viver sem língua? Ou inventar uma estrangeirice nuns mundos.
Sangra o corpo. Rasga língua. Não há como produzir questões para um algo que, em composição, faz corpo com corpo despido de língua Como dizer de um indizível? Talvez e e e e sempre talvez inventar vida. Nada de perguntas. Rasgar todas possíveis respostas. Viver sem língua? Ou inventar uma estrangeirice nuns mundos.
(Encontro inaugural da segunda turma de
Professores em formação: processo ético-estético-político, em 3 de abril de 2014)