Somente pela arte podemos sair de nós mesmos, saber o que um
outro vê desse universo que não é o mesmo que o nosso e cujas paisagens
permaneceriam tão desconhecidas para nós quanto as que podem existir na lua.
Graças à arte, em vez de ver um único mundo, o nosso, vemo-lo multiplicar-se, e
quantos artistas originais existiem tantos mundos teremos à nossa disposição,
mais diferentes uns dos outros do que aqueles que rolam no infinito e, muitos
séculos após se ter extinguido o foco do qual emanavam, chamasse ele Rembrandt
ou Vermeer, ainda nos enviam o seu raio especial.
Marcel Proust, O tempo reencontrado
Marcel Proust, O tempo reencontrado
Continuamos com Proust e os signos de Deleuze.
Exercício de hoje: velados.
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